O "Piloto Automático" Que Controla Seus Vícios: Desvendando o Ciclo de Gatilho e Recompensa
- 16 de set.
- 2 min de leitura

Você já se viu no meio de uma ação – abrindo a geladeira sem fome, pegando o celular para rolar o feed sem motivo, abrindo aquele site que prometeu não visitar mais – e se perguntou: "Como eu cheguei até aqui, de novo?"
Se a resposta é sim, você acabou de encontrar o seu "piloto automático" em ação.
Nosso cérebro é uma máquina de eficiência. Para economizar energia, ele cria "caminhos automáticos" para comportamentos que aprendemos. Uma vez que ele descobre uma rota que satisfaz uma necessidade (como fugir de um pensamento ruim), ele a pavimenta com um poderoso reforço químico: a dopamina. Isso transforma o caminho em uma superestrada, tornando o comportamento não apenas fácil, mas desejável.
O problema é que nem sempre esses caminhos nos levam a um bom lugar. O principal objetivo da terapia é simples: acender as luzes dessa estrada para que você possa ver o mapa e escolher uma nova rota.
A cadeia de eventos que leva ao comportamento viciante quase sempre segue 4 passos, que acontecem em segundos no seu inconsciente:
O Gatilho: É o ponto de partida. O que aconteceu imediatamente antes da vontade surgir? Foi uma discussão no trabalho? Uma sensação de solidão? Tédio? Estresse?
O Pensamento/Crença: O gatilho ativa "vozes" na sua cabeça. Elas podem soar como: "Eu mereço um alívio", "Só hoje não faz mal", "Será que eu sou bom o suficiente?". São essas crenças que dão permissão para o próximo passo.
A Emoção: O pensamento gera um sentimento. Ansiedade, angústia, euforia, culpa. É a energia que impulsiona a ação.
O Ritual/Comportamento: É a ação final. Pegar o celular, abrir o site, comer o doce, acender o cigarro. É o cérebro finalmente recebendo a dose de dopamina que ele foi condicionado a buscar.
A boa notícia? Tornar esse processo consciente é o que te devolve o poder. Quando você sabe qual é o gatilho, pode evitá-lo ou preparar-se para ele. Quando você identifica a "voz" do pensamento, pode questioná-la. Quando você nomeia a emoção, pode gerenciá-la.
Desafio para você hoje: tente observar seu próximo impulso. Não lute, apenas observe. Pergunte: "O que aconteceu um segundo antes disso?". Anote. Este é o primeiro passo para assumir o volante e sair do piloto automático.


Comentários